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Estudantes da Licenciatura em Educação do Campo da FAIND/UFGD seguem acampados na reitoria da universidade

Na tarde desta quinta-feira (10) ocorreu reunião entre a Reitoria da UFGD, representada pelo Prof. Arquimedes Gasparotto Júnior, vice-reitor pró tempore e o Chefe de Gabinete da reitoria, Fábio Negrão com uma comissão de 10 estudantes representantes do movimento de ocupação.

O professor Arquimedes está substituindo, neste momento, o Prof Lino Sanabria, reitor que está em período de férias. Segundo nota divulgada pelo movimento, na reunião, a reitoria teve uma postura evasiva quanto às reivindicações do movimento, não apresentando nenhuma alternativa a curto prazo, tendo em vista que a próxima etapa presencial do curso LEDUC é em agosto e não existe nenhuma previsão de recurso para suprir as necessidades de alojamento, transporte e alimentação dos estudantes. 

O vice-reitor teria declarado aos estudantes que apenas o Prof. Lino Sanabria pode dar encaminhamentos sobre as pautas e apontou então, que fosse marcada nova reunião com o movimento após seu período de férias. Também foi discutido que será necessário um estudo técnico sobre as condições de financiamento para os cursos da FAIND, mas os gestores não se comprometeram e não deram garantia de encaminhamentos para as solicitações. 

A proposição da administração da universidade de protelar o encaminhamento de uma solução e não apresentar nenhuma garantia neste momento, preocupa a comunidade acadêmica. São mais de 400 estudantes matriculados nos cursos de Licenciatura em Educação no Campo e Licenciatura Teko Arandu que residem em diversas cidades do estado e vem a Dourados quatro vezes ao ano para as aulas por períodos de duas semanas, as outras atividades dos cursos são realizadas nas suas comunidades de origem. A maioria desses estudantes vive em contexto rural ou de comunidades indígenas.

Assembleia decide continuar o movimento

Ainda ontem, o movimento se reuniu em assembleia e decidiu que, diante da demonstração de omissão e descaso da gestão da universidade, manter a ocupação na reitoria até obter alguma resposta que de fato atenda às reivindicações. O movimento segue aberto para negociações.

Assim, a Unidade 1 da UFGD segue ocupada, porém o acesso ao público está liberado pelo portão principal. Inclusive, durante a manhã desta sexta-feira 10) há grande movimentação de pessoas no espaço, tendo em vista o ato que foi anteriormente convocado pelos sindicatos e o movimento estudantil, em protesto aos três anos de intervenção do governo federal na universidade, que se completam neste dia 11 de junho. Além do ato, também está ocorrendo um Curso de Extensão da Rede de Proteção da Criança e do Adolescente Indígena, uma parceria entre a UFGD e o Ministério Pública, com presença de outras instituições, no Auditório 1.

Ameaças e atraso no pagamento de bolsas

Também durante a manhã de hoje, membros da comunidade acadêmica da FAIND foram avisados em tom intimidatório, por parte de representantes da administração central, de que poderiam ser responsabilizados caso haja atrasos nos pagamentos de bolsas de estudantes da universidade, que poderiam ser ocasionados pela ocupação na reitoria. No entanto, o movimento Resiste FAIND informa que o acesso dos trabalhadores da UFGD aos seus locais de trabalho está liberado.

Apoios ao movimento 

O movimento Resiste FAIND tem recebido apoio de outros movimentos, sindicatos e associações. Diversos representantes e apoiadores já passaram pela Unidade 1 desde quinta-feira para prestar solidariedade. Além disso, professores, grupos de estudos e turmas têm realizado debates e atividades pedagógicas no local. As refeições têm sido feitas de forma coletiva e advindas de doações de alimentos.

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Notícias sobre o movimento: instagram.com/resistefaind/ 

Informações: 65 99959-0931

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Redação: Franklin Schmalz.

Fotos: Iara Cardoso.